A diretoria do SESF-RS promoveu uma reunião com diretores funerários de empresas credenciadas no Sistema de Remoções de Corpos para tratar de questões operacionais e técnicas que envolvem a prestação do serviço gratuito de remoção e traslado de corpos ao Departamento Médico-Legal (DML). O encontro ocorreu no dia 5 de abril, na sede da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), em Porto Alegre. Na reunião, foram discutidos ajustes na operação do sistema.
Na abertura, o presidente Carlos Alberto Graff afirmou que a culpa por eventuais problemas no sistema não é da diretoria do Sindicato. “Todas as regras são definidas em assembleia [...]. Somos nós, diretores funerários, que deliberamos cada norma, democraticamente [...]. Se quiserem isso levar como um desabafo, que levem. O mínimo que exijo é respeito com a minha pessoa, com o cargo que exerço e com esta diretoria”, bradou. Depois do pronunciamento de Graff, o jornalista Jair Farias Jr., mediador da reunião, fez uma apresentação sobre o sistema. Entre os dados revelados pelo assessor de imprensa do SESF-RS está o índice de acionamentos que resultaram na contratação de serviços, de 52%. Até 29 de março, 1.047 remoções haviam sido feitas pelas credenciadas. “Dos 36 postos do DML no Estado, 13 operam plenamente, 17 parcialmente e seis está desativados”, destacou. Em um cenário de fim do convênio, o jornalista listou três ameaças: retomada do cenário anterior à implantação do sistema, com distribuição de propina e agenciamento de corpos; enfraquecimento do Sindicato, impactando na representatividade da categoria; e o governo celebrar parcerias público-privadas com as grandes redes de funerárias, de modo que essas absorvam o serviço de remoção em todo o Estado. Com isso, mais de 90% das empresas que hoje participam do sistema ficariam de fora, perdendo a oportunidade de ofertarem seus serviços às famílias por ocasião da remoção.
Após a explanação do assessor de imprensa, a reunião foi aberta a questionamentos e sugestões. Destaque para a proposição de comunicar às prefeituras acerca do funcionamento do sistema por meio de um material de divulgação específico, informando, inclusive, as funerárias credenciadas de cada município; convidar representantes da Brigada Militar, Polícia Civil e do DML para as reuniões de recadastramento; e, nos casos em que a família já tiver uma empresa de sua preferência, a funerária acionada remover o corpo até essa empresa e deixar que ela o traslade ao posto do DML. Na sequência, foi feita uma consulta informal aos diretores funerários presentes ao encontro sobre a manutenção do convênio com o governo do Estado. A maioria concordou com a continuidade.
No fechamento da reunião, abriu-se espaço para questionamentos e sugestões a respeito da administração e atuação do SESF-RS. Entre as considerações, destaque para a proposta de eleições em cada regional para o cargo de delegado e o pedido para que o Sindicato intervenha junto ao poder público contra as empresas não sócias que se valem de práticas como assédio de agentes funerários e agenciamento de corpos.